24 de outubro de 2011

E a vida, como anda?

Desde que a Nininha chegou em casa, muita coisa mudou. Nosso quarto está dividido com o dela, pois o apartamento atrasou, minha rotina não existe mais, existe a rotina dela e assim vai...
Minha mãe morou o mês de Julho, praticamente todinho, em casa. Não dava para ficar sozinha, os cuidados com a Nina, no começo, eram INTENSOS.
Chegou em casa com seus 2kg, e precisava crescer nas nossas mãos. Tomar leitinho de 3 em 3h, sem falta, peito + complemento, só o peito não era suficiente para o ganho de peso. Lembro do dia em que perdi a hora, e acabei perdendo a mamada das 3h da manhã, meu coração doeu... comecei a entender o que falam que quando vira mãe, nasce uma culpa.
O tempo foi passando, e volto ao pediatra e ela estava com 3kg, ver isso na balança, não me deu outra reação, a não ser chorar. Um choro de alívio, de felicidade e da sensação de estar fazendo o certo... a médica também chorou, ela teve um filho prematuro, conseguiu ler nos meus olhos a satisfação.
E assim foi, leite após leite, gramas e mais gramas... Chegamos no 4kg, e na última consulta, alcançamos o 5kg. E agora eu tenho uma gordinha em casa...
Eu sou toda dela, meu corpo, tempo, mente e dedicação.
POr esses dias, consegui baixar um pouco mais a guarda, menos neurótica a cada troca de fralda, sei que se uma não saiu tão pesada, a próxima virá. Se está mais chatinha, choramingando, pode ser a barriguinha, já que começou a tomar suquinhos (é uma nova dieta para um organismo que só viu leitinho por tanto tempo).
Quanto a mim, sim, porque ainda estou tentando entender que somos 2 vidas separadas, bem, eu estou indo, crescendo a cada dia como mãe, mergulhada num turbilhão de novidades cotidianas, mas me pego repetindo na cabeça "sou mãe", uma espécie de afirmação para acreditar que agora eu "sou mãe".
Corpo voltando, mas mente virada para filhota, maridão está aqui, sendo um paizão e tentando me puxar, aos poucos, para a vida normal.
A sensação que tenho às vezes, é que a minha vida nunca mais vai ser normal... mas também acho que meu parâmetro de normalidade irá mudar.
Resolvi escrever por isso, parece que escrevendo, meu cérebro organiza as coisas em fichas e começa a processar melhor...